A Mata Atlântica é um bioma presente na maior parte no território brasileiro, abrangendo ainda
parte do território do Paraguai e da Argentina. As florestas atlânticas são ecossistemas que
apresentam árvores com folhas largas e perenes. Abriga árvores que atingem de 20 a
30 metros de altura. Há grande diversidade de epífitas, como bromélias eorquídeas.
Não deve ser confundida com a Floresta Amazônica, ou Selva Amazônica, que é um
outro bioma presente na América do Sul.
Foi a segunda maior floresta tropical em ocorrência e importância na América do Sul,
em especial no Brasil. Acompanhava toda a linha do litoral brasileiro do Rio Grande
do Sul aoRio Grande do Norte (regiões meridionais e nordeste). Nas regiões Sul e
Sudeste a Mata Atlântica chegava até a Argentina e o Paraguai. Cobria importantes
trechos de serras eescarpas do Planalto Brasileiro, e era contínua com a Floresta
Amazônica. Em função do desmatamento, principalmente a partir do século XX,
encontra-se hoje extremamente reduzida, sendo uma das florestas tropicais mais
ameaçadas do globo. Apesar de reduzida a poucos fragmentos, na sua maioria
descontínuos, a biodiversidade de seu ecossistema é uma dos maiores do planeta.
Seu clima é subtropical e tropical.
Mata Atlântica | |
Mata Atlântica no Paraguai. |
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Bioma | Floresta tropical |
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Área | 102.012 km² (área original: 1.315.460 km²) |
Países | Argentina, Brasil e Paraguai |
Ponto mais alto | 2892 metros (Pico da Bandeira) |
Vale da Serra do Mar retratado por Rugendascerca de 183Os relatos antigos
falam de uma floresta densa aparentemente intocada, apesar de habitada por vários povos indígenas com
No nordeste brasileiro a extinção foi quase total, o que agravou as
condições de sobrevivência da população, causando fome, miséria e êxodo rural só comparados às regiões mais pobres do mundo. Nesta região, seguindo a derrubada da mata, vieram as plantações de cana-de-açúcar mais ao sul na região sudeste, foi a cultura do café a principal responsável pela destruição em massa da vegetação nativa, restando uma área muito pequena para a preservação de espécies que estão em risco devido a poluição ambientalocasionada pela emissão industrial de agentes nocivos à sua sobrevivência como por exemplo no município de Cubatão S.P.; mais ao sul na região sul a exploração predatória da Mata Atlântica devastou o ecossistema da Floresta das Araucárias devido ao valor comercial da madeira pinho extraída da Pinheiro-do-paraná.
Além da exploração predatória dos recursos florestais, houve também um significativo comércio de exportação de couros e peles de onças
(que chegou ao preço de um boi),antas, cobras, capivaras, cotias, lontras, jacarés, jaguatiricas, pacas, veados e outros animais, de penas
e plumas e carapaças de tartarugas.Floresta virgem às margens do rio Paraíba do Sul retratada por
Rugendas cerca de 1835.
Ao longo da história, personagens como José Bonifácio de Andrada e Silva, Joaquim Nabucoe
Euclides da Cunha protestaram contra esse modelo predatório de exploração.
Hoje, praticamente 90% da Mata Atlântica em toda a extensão territorial brasileira está totalmente
destruída. Do que restou, acredita-se que 75% está sob risco de extinção total, necessitando de
atitudes urgentes de órgãos mundiais de preservação ambiental às espécies que estão sendo
eliminadas da natureza de forma acelerada. Os remanescentes da Mata Atlântica situam-se
principalmente nas Serras do Mar e da Mantiqueira, de relevo acidentado, além de pequenos
trechos, contudo, consideráveis, no Sul da Bahia, destacando-se a cidade de Ilhéus,
citada constantemente nos romances do escritor brasileiro Jorge Amado.
O Pontal do Paranapanema é um bom exemplo de como o desmatamento na Mata Atlântica foi brutal,
principalmente na metade do século XX: na década de 1940 foram criados a
Grande Reserva do Pontal do Paranapanema, a Reserva Estadual do Morro do Diabo e a
Reserva Lagoa São Paulo, somando mais de 300 mil hectares, que em menos de 20 anos
foram reduzidos aos cerca de 37 mil hectares do Parque Estadual do Morro do Diabo e
pequenos fragmentos nas proximidades[1].
A mata Atlântica abriga vasta diversidade cultural,contituídas por povos indígenas como
os guaranis e culturas tradicionais não-indígenas como os caiçaras,o quilombola,o roseiro
e o caboclo ribeirinho.As populações tradicionais são extremamente dependente deste
ambiente,vivem da pesca artesanal,da agricultura de subsistência,do artesanato e do
extrativismo,como a coleta de carangueijos no mangue,ostras no mar e o corte de
palmito na floresta.Muitos desses indígenas são encontrados até hoje com suas culturas
preservadas,outros um tanto mais exóticos estão tendoconflitos com sua preservação.
Entre 1990 e 1995, cerca de 500.317 ha foram desmatados. É a segunda floresta mais
ameaçada de extinção do mundo. Este ritmo de desmatamento é 2,5 vezes superior ao
encontrado na Amazônia no mesmo período.
A área original era 1.315.460 km², 15% do território brasileiro. Atualmente o remanescente é 102.012 km², 7,91% da área original. As
áreas de domínio (área cuja vegetação clímax era esta formação vegetal) abrangia total ou
parcialmente dezessete estados, conforme mostrado na tabela ao lado.
Definidas pelo CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) em 1992[3]:
A proteção do CONAMA se estende não só à mata primária, mas também aos estágios
sucessionaisem áreas degradadas que se encontram em recuperação. A mata secundária
é protegida em seus estágios inicial, médio e avançado de regeneração
Mata Atlântica em 1500 | |
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Estado |
Área de domínio |
Alagoas | 53% |
Bahia | 33% |
Ceará | 3% |
Espírito Santo | 100% |
Goiás | 3% |
Mato Grosso do Sul | 18% |
Minas Gerais | 46% |
Paraíba | 12% |
Paraná | 98% |
Pernambuco | 18% |
Piauí | 9% |
Rio de Janeiro | 100% |
Rio Grande do Norte | 6% |
Rio Grande do Sul | 48% |
Santa Catarina | 100% |
São Paulo | 68% |
Sergipe | 54% |
Biodiversidade
Nas regiões onde ainda existe, a
Mata Atlântica caracteriza-se pela
vegetação exuberante, com acentuado
higrofitismo. Entre as espécies mais
comuns encontram-se algumasbriófitas,
A fauna de vertebrados endêmica
é formada principalmente poranfíbios
(grande variedade de anuros),
mamíferos e aves das mais diversas
espécies. É uma das áreas mais
sujeitas a precipitação no Brasil.
As chuvas sãoorográficas, em função das elevações do
A biodiversidade da Mata Atlântica é semelhante à biodiversidade da Amazônia.
Há subdivisões do bioma da Mata Atlântica em diversos ecossistemas devido a variações
de latitude e altitude. Há ainda formações pioneiras, seja por condições climáticas, seja
por recuperação, zonas de campos de altitude e enclaves de tensão por contato.
A interface com estas áreas cria condições particulares de fauna e flora.
A vida é mais intensa no estrato alto, nas copas das árvores, que se tocam,
formando uma camada contínua. Algumas podem chegar a 60 m de altura.
Esta cobertura forma uma região de sombra que cria o microclima típico da mata,
sempre úmido e sombreado. Dessa forma, há uma estratificação da vegetação,
criando diferentes habitats nos quais a diversificada fauna vive. Conforme a abordagem,
encontram-se de seis a onze estratos na Mata Atlântica, em camadas sobrepostas.
Da flora, 55% das espécies arbóreas e 40% das não-arbóreas são
endêmicas ou seja só existem na Mata Atlântica. Das bromélias,
70% são endêmicas dessa formação vegetal, palmeiras, 64%.
Estima-se que 8 mil espécies vegetais sejam endêmicas da Mata Atlântica.
Observa-se também que 39% dos mamíferos dessa floresta são endêmicos,
inclusive mais de 15% dos primatas, como o Mico-leão-dourado.
Das aves 160 espécies, e dos anfíbios 183, são endêmicas da Mata Atlântica.
É fácil entender, portanto, porque a Mata Atlântica apresenta estruturas e composições florísticas tão diferenciadas. Uma das florestas mais ricas em
biodiversidade no Planeta, a Mata Atlântica detém o recorde de plantas lenhosas (angiospermas) por hectare (450 espécies no Sul da Bahia),
cerca de 20 mil espécies vegetais, sendo 8 mil delas endêmicas, além de recordes de quantidade de espécies e endemismo em vários outros
grupos de plantas. Para se ter uma ideia do que isso representa, em toda a América do Norte são estimadas 17.000 espécies existentes,
na Europacerca de 12.500 e, na África, entre 40.000 e 45.000.
Se você fizer uma viagem do nordeste ao sul do Brasil, pelo litoral e pelos planaltos interioranos,
não irá admirar simplesmente a bela paisagem da Mata Atlântica, mas sim uma série de
ecossistemas com características próprias como a Ombrófila Densa, Ombrófila Mista, Estacional
Semidecidual, Estacional Decidual, além de ecossistemas associados como os campos de altitude,
brejos interioranos, manguezais, restingas e ilhas oceânicas no litoral.
Tal variedade se explica pois, em toda sua extensão, a Mata Atlântica é composta por
uma série de ecossistemas cujos processos ecológicos se interligam, acompanhando as
características climáticas das regiões onde ocorrem e tendo como elemento comum a
exposição aos ventos úmidos que sopram do oceano. Isso abre caminho para o trânsito
de animais, o fluxo gênico das espécies e as áreas de tensão ecológica, onde os
ecossistemas se encontram e se transformam.
Mas a Mata Atlântica encontra-se em um estado de intensa fragmentação e destruição,
iniciada com a exploração do pau-brasil no século XVI. Até hoje, ao longo do bioma são
exploradas inúmeras espécies florestais madeireiras e não madeireiras como o caju,
o palmito-juçara, a erva-mate, as plantas medicinais e ornamentais, a piaçava, os cipós,
entre outras. Se por um lado essa atividade gera emprego e divisas para a economia,
grande parte da exploração da floraatlântica acontece de forma predatória e ilegal,
estando muitas vezes associada ao tráfico internacional de espécies.
Contribuem ainda para o alto grau de destruição da Mata Atlântica, hoje reduzida
a 8% de sua configuração original, a expansão da indústria, da agricultura, do turismo
e da urbanização de modo não sustentável, causando a supressão da biodiversidade
em vastas áreas, com a possível perda de espécies conhecidas e ainda não conhecidas
pela ciência, influindo na quantidade e qualidade da água de rios e mananciais,
diminuindo a fertilidade do solo, bem como afetando características do microclima
nesses delicados ecossistemas e contribuindo com o problema doaquecimento global.
Os números impressionantes da destruição do bioma demonstram a deficiência das
políticas de conservação ambiental no país e a precariedade do sistema de fiscalização dos órgãos públicos.
A busca de um contexto de desmatamento zero no bioma passa pela adoção
de critérios de sustentabilidade em todas as atividades humanas. Isso significa um
esforço coletivo da indústria, do comércio, da agricultura e do setor energético
na adoção de novos modelos de produção, menos agressivos ao meio ambiente,
bem como do poder público, no sentido de garantir a fiscalização ambiental e a
elaboração e cumprimento das leis, e finalmente a conscientização dos cidadãos
em geral acerca da necessidade de se fazer o reflorestamento utilizando mudas
principalmente de espécies endêmicas e nativas que ainda não foram extintas,
exigindo padrões de sustentabilidadeenquanto consumidores, cobrando os
governantes e se mobilizando pela manutenção da floresta de pé e pela
recuperação das áreas degradadas. Além disso, a Mata Atlântica oferece outras
possibilidades de atividades econômicas, que não implicam na destruição do
meio ambiente e em alguns casos podem gerar renda para as comunidades
locais e tradicionais. Alguns exemplos são o uso de plantas para se produzir
remédios, matérias-primas para a produção de vestimentas, corantes, essências
de perfumes; insumos para a indústria alimentícia ou ainda a exploração de
árvores por meio do corte seletivo para a produção de móveis certificados, o
chamado manejo sustentável, oecoturismo e mais recentemente o mercado de carbono.
O mesmo acontece com os pássaros, répteis, anfíbios e peixes. A garça, o tiê-sangue, o tucano,
as araras, os beija-flores e periquitos. A jararaca, o jacaré-do-papo-amarelo, a cobra-coral,
o sapo-cururu, a perereca-verde e a rã-de-vidro. Ou peixes conhecidos como o dourado,
o pacu e a traíra. Esses nomes já são um bom começo, mas ainda estão longe de representar
as 1020 espécies de pássaros, 197 de répteis, 340 de anfíbios e 350 de peixes que são
conhecidos até hoje no bioma. Sem falar de insetos e demais invertebrados e das espécies
que ainda nem foram descobertas pela ciência e que podem estar escondidas bem naquele
trecho intacto de floresta que você admira quando vai para o litoral.
Outro número impressionante da fauna da Mata Atlântica se refere ao endemismo, ou seja,
as espécies que só existem em ambientes específicos dentro desse bioma. Das 1711 espécies devertebrados
que vivem ali, 700 são endêmicas, sendo 55 espécies de mamíferos, 188 de aves, 60 de répteis, 90 de
anfíbios e 133 de peixes. Os números impressionantes são um dos indicadores desse bioma como o de
maior biodiversidade na face da Terra.
A grande riqueza da biodiversidade na Mata Atlântica também é responsável por surpresas, como as
descobertas de novas espécies de animais. Recentemente, foram catalogadas a rã-de-alcatráses e a rã-cachoeira,
os pássaros tapaculo-ferrerinho e bicudinho-do-brejo, os peixesListrura boticario e o Moenkhausia bonita, e até um
novo primata, o mico-leão-de-cara-preta, entre outros habitantes.
Num bioma reduzido a cerca de 8% de sua cobertura original é inevitável que a diversidade faunística esteja
pressionada pelas atividades humanas. A Mata Atlântica abriga hoje 383 dos 633 animais ameaçados de
extinção no Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Causas para o desaparecimento de espécies e indivíduos são a caça e a pesca predatórias, a introdução de
seres exóticos aos ecossistemas da Mata Atlântica, mas principalmente a deterioração ou supressão dos habitats
dos animais, causados pela expansão da agricultura e pecuária, bem como pela urbanização e implementação
mal planejada de obras de infra-estrutura.
No caso dos anfíbios, por exemplo, seus locais de procriação, como brejos e áreas alagadas, são muitas vezes
considerados um empecilho e são eliminadas do meio ambiente através de práticas de drenagem ou então esses
locais são até utilizadas para despejo de esgoto. Os anfíbios são animais de extrema importância para o equilíbrio
das populações das espécies que se relacionam nas teias alimentares, pois controlam a população de insetos e
outros invertebrados e servem de comida para répteis, aves e mamíferos.
A proteção da fauna e da flora está diretamente relacionada à proteção do meio ambiente onde essas espécies convivem,
se relacionam e sobrevivem. Em paralelo, outras medidas importantes são a fiscalização da caça, da posse de animais em
cativeiro, do comércio ilegal de espécies silvestres; fiscalização efetiva da atividade pesqueira; e realização de programas
de educação ambiental junto à população visando a conscientização da população humana, acerca da necessidade de
preservar o meio ambiente estabelecendo limites para a ocupação do solo e incrementando a formação de novas áreas de preservação ambiental em todos os municípios situados dentro desse delicado bioma da Mata Atlântica.
No que se refere à legislação, a proteção da fauna está prevista em nível federal na Constituição pela Lei 5.197/67 e também
pela Lei de Crimes Ambientais (9.605/98). Iniciativas de caráter global com desdobramentos de ação regional e local, como
a Agenda 21, também são um instrumento de apoio para a proteção da fauna. Mas todos esses elementos dependem da
vontade política dos governantes, da conscientização, mobilização e participação dos cidadãos e divulgação do conceito de
sustentabilidade nas atividades econômicas.
É possível que muitas espécies tenham sido extintas sem mesmo terem sido catalogadas. Estima-se que 269 espécies de
animais, sendo 88 de aves endêmicas da Mata Atlântica, estão ameaçadas de extinção. Segundo o relatório mais recente
do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama, entre essas espécies estão
As regiões da Mata Atlântica têm alto índice pluviométrico devido
às chuvas de encosta causadas pelas montanhas que barram a
passagem das nuvens.
É comum pensarmos na complexidade de um bioma por
aspectos de sua fauna e flora, mas um elemento fundamental
para a existência da biodiversidade é a água. E se a água é
essencial para dar vida a um bioma como a Mata Atlântica,
suas florestas têm um papel vital para a manutenção dos processos
hidrológicos que garantem a qualidade e volume dos cursos d'água.
Além disso, as atividades humanas desenvolvidas dentro do bioma
também dependem da água para a manutenção da agricultura,
da pesca, da indústria, do comércio, do turismo, da geração de
energia, das atividades recreativas e de saneamento.
Atualmente, um conceito-chave para se estudar a relação entre
a água, a biodiversidade e as atividades humanas é o da
bacia hidrográfica, ou seja, o conjunto de terras drenadas por um rio
principal, seus afluentes e subafluentes. Na Mata Atlântica estão
localizadas sete das nove grandes bacias hidrográficas do Brasil,
alimentadas pelos rios São Francisco, Paraíba do Sul,Doce,
Ribeira de Iguape e Paraná. As florestas asseguram a quantidade
e qualidade da água potável que abastece mais de
110 milhões de brasileiros em aproximadamente 3,4 mil
municípios inseridos no bioma.
Mas o fato de 61% da população brasileira estar concentrada em regiões de domínio da Mata Atlântica resulta
em grande pressão sobre a biodiversidade e os recursos hídricos do bioma, que já enfrenta em diversas regiões
problemas de crise hídrica, associados à escassez, ao desperdício, à má utilização
da água, ao desmatamento e à poluição.
Em relação à escassez, as causas envolvem o aumento do consumo
que acompanha o crescimento populacional, o desmatamento e a poluição, associados ao desenvolvimento
desordenado das cidades e a impactos das atividades econômicas, além do desperdício e da falta de políticas
públicas que estimulem o uso sustentável, a participação da sociedade na gestão dos recursos hídricos e a educação ambiental.
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Patrimônio Mundial da UNESCO | ||||
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Mata Atlântica virgem na Zona da Mata, noPernambuco.
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País |
![]() |
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Tipo | Natural | |||
Critérios | ix, x | |||
Referência | 892 | |||
Região** | América Latina e Caribe | |||
Histórico de inscrição | ||||
Inscrição | 1999 (23ª sessão) | |||
* Nome como inscrito na lista do Património Mundial. ** Região, segundo a classificação pela UNESCO. |
Quanto ao desperdício, estima-se que no Brasil o índice de perda chegue a 70%, sendo que 78%
de toda a água consumida é utilizada no ambiente doméstico. Associado ao desperdício também
está o mau uso dos recursos hídricos, como no caso de técnicas ultrapassadas para irrigação na
agricultura e para o uso na indústria e a opção ainda tímida pelo reuso da água
Finalmente, destaca-se o desmatamento como fator agravante da crise hídrica, já que a supressão
da vegetação, principalmente em áreas de mata ciliar, acarreta no assoreamentodos cursos d'água
e até desaparecimento de mananciais. Como se não bastasse, a poluição por esgoto, lixo
e agrotóxicos afeta a vida dos rios, podendo levá-los à morte e tornando a água imprópria para uso.
Em busca de maneiras de se gerir mais eficientemente a água e promover a preservação ambiental,
o conceito das bacias hidrográficas vem sendo trazido, desde a década de 1970, para a esfera
governamental e também para estratégias de conscientização, mobilização e participação pública.
A ideia central dessa abordagem é que todo desenvolvimento de regiões urbanizadas e rurais é
definido de acordo com a disponibilidade de água doce, em termos de quantidade e qualidade.
Também faz parte desse pensamento o entendimento dos recursos hídricos de modo interligado e
interdependente, ou seja, uma ação realizada em determinada região de uma bacia pode afetar
outra região, como é o caso de lançamento de esgoto em rios, a contaminação por agrotóxicos,
obras de infra-estrutura etc.
O processo político decorrente dessa visão sobre a água resultou entre outros desdobramentos na
criação da Lei 9.433/97, que estabelece a bacia hidrográfica como unidade territorial para
implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema de Gerenciamento
de Recursos Hídricos. Faz parte do sistema, uma rede de colegiados deliberativos em nível federal
e estadual, que são os chamados Comitês de Bacias Hidrográficas.
Os comitês representam a base da gestão participativa e integrada dos recursos hídricos e são
compostos por integrantes do Poder Público, da sociedade civil e de usuários de água. Além disso,
os comitês permitem o levantamento mais preciso e a compilação de informações sobre cada bacia,
facilitando o planejamento sobre captação, abastecimento, distribuição, despejo e tratamento da água,
otimizando obras de infra-estrutura e o uso do dinheiro público. Desse modo, tornam-se um instrumento
para a elaboração de políticas públicas integradas para gestão dos recursos hídricos.
No estado de São Paulo foi mostrado nesta última década, que a área com vegetação natural aumentou 3,8% em
elação à existente há dez anos. O crescimento, ainda tímido, concentrou-se na ecorregião da Serra do Mar.
Atualmente existem menos de 10% da mata nativa.Dos 232.939 fragmentos
florestais acima de 3 hectares existentes na Mata Atlântica, apenas 18.397 são
maiores que cem hectares ou 1 km².[2] Existem diversos projetos de recuperação da
Mata Atlântica, que esbarram sempre na urbanização e o não planejamento do espaço, principalmente na região Sudeste.
Existem algumas áreas de preservação em alguns trechos em cidades como São Sebastião(litoral norte de São Paulo).
A nível nacional, graças aos inúmeros parques e bosques dentro de seu perímetro urbano, Curitiba é a cidade brasileira onde
a mata atlântica está melhor preservada[4].
A Constituição Federal de 1988 coloca a Mata Atlântica como patrimônio nacional,
junto com a Floresta Amazônica brasileira, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense
e a Zona Costeira. A derrubada da mata secundária é regulamentada por leis posteriores,
já a derrubada da mata primária é proibida.
A Política da Mata Atlântica (Diretrizes para a política de conservação e desenvolvimento
sustentável da Mata Atlântica), de 1998, contempla a preservação da biodiversidade, o
desenvolvimento sustentável dos recursos naturais e a recuperação das áreas degradadas.
Há milhares de ONGs, órgãos governamentais e grupos de cidadãos espalhados pelo país
que se empenham na preservação e revegetação da Mata Atlântica. A Rede de ONGs Mata
Atlântica tem um projeto de monitoramento participativo, e desenvolveu com o
Instituto Socio-Ambiental um dossiê da Mata, por municípios do domínio original.
Foto tirada um dia antes da terraplanagem de uma grande área de Mata
Atlântica no litoral sul do Estado de São Paulo divisa com Paraná em 1998,
para construção de um grande condomínio de luxo.
Ecorregiões da Mata Atlântica
Visto a enorme diversidade de ambientes da Mata Atlântica e de muitas
vezes serem necessárias ações mais regionalizadas, o WWFdividiu o
bioma em 15 ecorregiões
No domínio da Mata Atlântica existem 131 unidades de conservação federais, 443 estaduais, 14 municipais e 124 privadas, distribuídas por dezesseis estados, com exceção de Goiás. Entre elas destacam-se, de norte a sul:
Da população brasileira, 61% vive na área de domínio da Mata Atlântica[2], que mantém as nascentes e mananciais
que abastecem as cidades e comunidades do interior, regula o clima (temperatura, umidade, chuvas) e abriga
comunidades tradicionais, incluindo povos indígenas.
Entre os povos indígenas que vivem no domínio da Mata Atlântica estão os Wassu, Pataxó, Tupiniquim, Gerén,
Guarani, Krenak, Kaiowa, Nandeva, Terena, Kadiweu, Potiguara, Kaingang,guarani M'Bya e tangang.
Entre os usos econômicos da mata estão as plantas medicinais (a maioria não estudadas), como espinheira-santa, caixeta, e o turismo.
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