Mata Atlântica

24/04/2012 19:23

 

Mata Atlântica

 

Mata Atlântica é um bioma presente na maior parte no território brasileiro, abrangendo ainda

parte do território do Paraguai e da Argentina. As florestas atlânticas são ecossistemas que

apresentam árvores com folhas largas e perenes. Abriga árvores que atingem de 20 a

30 metros de altura. Há grande diversidade de epífitas, como bromélias eorquídeas.

Não deve ser confundida com a Floresta Amazônica, ou Selva Amazônica, que é um

outro bioma presente na América do Sul.

Foi a segunda maior floresta tropical em ocorrência e importância na América do Sul,

em especial no Brasil. Acompanhava toda a linha do litoral brasileiro do Rio Grande

do Sul aoRio Grande do Norte (regiões meridionais e nordeste). Nas regiões Sul e

Sudeste a Mata Atlântica chegava até a Argentina e o Paraguai. Cobria importantes

trechos de serras eescarpas do Planalto Brasileiro, e era contínua com a Floresta

Amazônica. Em função do desmatamento, principalmente a partir do século XX,

encontra-se hoje extremamente reduzida, sendo uma das florestas tropicais mais

ameaçadas do globo. Apesar de reduzida a poucos fragmentos, na sua maioria

descontínuos, a biodiversidade de seu ecossistema é uma dos maiores do planeta.

Seu clima é subtropical e tropical.

 

Mata Atlântica
Mata Atlântica no Paraguai.

Mata Atlântica no Paraguai.
Bioma Floresta tropical
Área 102.012 km² (área original: 1.315.460 km²)
Países ArgentinaBrasil e Paraguai
Ponto mais alto 2892 metros (Pico da Bandeira)

                                                                        

 

Logo em seguida ao descobrimento,

grande parte da vegetação da Mata Atlântica

foi destruída devido à exploração intensiva e desordenada da floresta. O pau-brasil                                                                  foi o principal alvo de extração e exportação dos exploradores que colonizaram a                                                                                                                 região e hoje está quase extinto. O primeiro contrato comercial para a exploração                                                                                                      do pau-brasil foi feito em 1502, o que levou o Brasil a ser conhecido como "Terra Brasilis",                                                                                   ligando o nome do país à exploração dessa madeira avermelhada como brasa.                                                                                             Outras madeiras de valor também foram exploradas até a beira da extinção: tapinhoã,                                                                                                 sucupiracanelacanjaranajacarandáararibápequi, jenipaparana, peroba, urucurana e vinhático
 

 


Vale da Serra do Mar retratado por Rugendascerca de 183Os relatos antigos

falam de uma floresta densa aparentemente intocada, apesar de habitada por vários povos indígenas com

No nordeste brasileiro a extinção foi quase total, o que agravou as

condições de sobrevivência da população, causando fomemiséria e êxodo rural só comparados                                                                                                                                             às regiões mais pobres do mundo. Nesta região, seguindo a derrubada da mata, vieram as plantações                                                                                                                                       de cana-de-açúcar mais ao sul na região sudeste, foi a cultura do café a principal responsável pela                                                                                                                        destruição em massa da vegetação nativa, restando uma área muito pequena para a preservação de                                                                                                                                     espécies que estão em risco devido a poluição ambientalocasionada pela emissão industrial de                                                                                                                                                  agentes nocivos à sua sobrevivência como por exemplo no município de Cubatão S.P.; mais ao                                                                                                                                                             sul na região sul a exploração predatória da Mata Atlântica devastou o ecossistema da Floresta                                                                                                                                        das Araucárias devido ao valor comercial da madeira pinho extraída da Pinheiro-do-paraná.

Além da exploração predatória dos recursos florestais, houve também um significativo comércio de exportação de couros e peles de onças 

(que chegou ao preço de um boi),antascobrascapivarascotiaslontrasjacarésjaguatiricaspacasveados e outros animais, de penas

e plumas e carapaças de tartarugas.Floresta virgem às margens do rio Paraíba do Sul retratada por

 Rugendas cerca de 1835.

Ao longo da história, personagens como José Bonifácio de Andrada e SilvaJoaquim Nabuco

Euclides da Cunha protestaram contra esse modelo predatório de exploração.

Hoje, praticamente 90% da Mata Atlântica em toda a extensão territorial brasileira está totalmente

destruída. Do que restou, acredita-se que 75% está sob risco de extinção total, necessitando de

atitudes urgentes de órgãos mundiais de preservação ambiental às espécies que estão sendo

eliminadas da natureza de forma acelerada. Os remanescentes da Mata Atlântica situam-se

principalmente nas Serras do Mar e da Mantiqueira, de relevo acidentado, além de pequenos

trechos, contudo, consideráveis, no Sul da Bahia, destacando-se a cidade de Ilhéus,

citada constantemente nos romances do escritor brasileiro Jorge Amado.

Pontal do Paranapanema é um bom exemplo de como o desmatamento na Mata Atlântica foi brutal,

principalmente na metade do século XX: na década de 1940 foram criados a

Grande Reserva do Pontal do Paranapanema, a Reserva Estadual do Morro do Diabo e a

Reserva Lagoa São Paulo, somando mais de 300 mil hectares, que em menos de 20 anos

foram reduzidos aos cerca de 37 mil hectares do Parque Estadual do Morro do Diabo e

pequenos fragmentos nas proximidades[1].

A mata Atlântica abriga vasta diversidade cultural,contituídas por povos indígenas como

os guaranis e culturas tradicionais não-indígenas como os caiçaras,o quilombola,o roseiro

e o caboclo ribeirinho.As populações tradicionais são extremamente dependente deste

ambiente,vivem da pesca artesanal,da agricultura de subsistência,do artesanato e do

extrativismo,como a coleta de carangueijos no mangue,ostras no mar e o corte de

palmito na floresta.Muitos desses indígenas são encontrados até hoje com suas culturas

preservadas,outros um tanto mais exóticos estão tendoconflitos com sua preservação.

Entre 1990 e 1995, cerca de 500.317 ha foram desmatados. É a segunda floresta mais

ameaçada de extinção do mundo. Este ritmo de desmatamento é 2,5 vezes superior ao

encontrado na Amazônia no mesmo período.

Características


A área original era 1.315.460 km², 15% do território brasileiro. Atualmente o remanescente é 102.012 km², 7,91% da área original. As

áreas de domínio (área cuja vegetação clímax era esta formação vegetal) abrangia total ou

parcialmente dezessete estados, conforme mostrado na tabela ao lado.

Fitofisionomias do bioma da Mata Atlântica

Definidas pelo CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) em 1992[3]:

A proteção do CONAMA se estende não só à mata primária, mas também aos estágios

 sucessionaisem áreas degradadas que se encontram em recuperação. A mata secundária

é protegida em seus estágios inicial, médio e avançado de regeneração

Mata Atlântica em 1500
Estado Área de
domínio
Alagoas 53%
Bahia 33%
Ceará 3%
Espírito Santo 100%
Goiás 3%
Mato Grosso do Sul 18%
Minas Gerais 46%
Paraíba 12%
Paraná 98%
Pernambuco 18%
Piauí 9%
Rio de Janeiro 100%
Rio Grande do Norte 6%
Rio Grande do Sul 48%
Santa Catarina 100%
São Paulo 68%
Sergipe 54%

Biodiversidade

Paisagem da Mata Atlântica.

Nas regiões onde ainda existe, a

Mata Atlântica caracteriza-se pela

vegetação exuberante, com acentuado 

higrofitismo. Entre as espécies mais

comuns encontram-se algumasbriófitas,

 cipós, e orquídeas.

fauna de vertebrados endêmica

é formada principalmente poranfíbios

(grande variedade de anuros),

mamíferos e aves das mais diversas

espécies. É uma das áreas mais

sujeitas a precipitação no Brasil.

As chuvas sãoorográficas, em função das elevações do 

planalto e das serras.

biodiversidade da Mata Atlântica é semelhante à biodiversidade da Amazônia.

Há subdivisões do bioma da Mata Atlântica em diversos ecossistemas devido a variações

de latitude e altitude. Há ainda formações pioneiras, seja por condições climáticas, seja

por recuperação, zonas de campos de altitude e enclaves de tensão por contato.

A interface com estas áreas cria condições particulares de fauna e flora.

A vida é mais intensa no estrato alto, nas copas das árvores, que se tocam,

formando uma camada contínua. Algumas podem chegar a 60 m de altura.

Esta cobertura forma uma região de sombra que cria o microclima típico da mata,

sempre úmido e sombreado. Dessa forma, há uma estratificação da vegetação,

criando diferentes habitats nos quais a diversificada fauna vive. Conforme a abordagem,

encontram-se de seis a onze estratos na Mata Atlântica, em camadas sobrepostas.

Da flora, 55% das espécies arbóreas e 40% das não-arbóreas são

 endêmicas ou seja só existem na Mata Atlântica. Das bromélias,

70% são endêmicas dessa formação vegetal, palmeiras, 64%.

Estima-se que 8 mil espécies vegetais sejam endêmicas da Mata Atlântica.

Observa-se também que 39% dos mamíferos dessa floresta são endêmicos,

inclusive mais de 15% dos primatas, como o Mico-leão-dourado.

Das aves 160 espécies, e dos anfíbios 183, são endêmicas da Mata Atlântica.

Flora


É fácil entender, portanto, porque a Mata Atlântica apresenta estruturas e composições florísticas tão diferenciadas. Uma das florestas mais ricas em

 biodiversidade no Planeta, a Mata Atlântica detém o recorde de plantas lenhosas (angiospermas) por hectare (450 espécies no Sul da Bahia),

cerca de 20 mil espécies vegetais, sendo 8 mil delas endêmicas, além de recordes de quantidade de espécies e endemismo em vários outros

grupos de plantas. Para se ter uma ideia do que isso representa, em toda a América do Norte são estimadas 17.000 espécies existentes,

na Europacerca de 12.500 e, na África, entre 40.000 e 45.000.

Se você fizer uma viagem do nordeste ao sul do Brasil, pelo litoral e pelos planaltos interioranos,

não irá admirar simplesmente a bela paisagem da Mata Atlântica, mas sim uma série de

ecossistemas com características próprias como a Ombrófila DensaOmbrófila MistaEstacional

Semidecidual, Estacional Decidual, além de ecossistemas associados como os campos de altitude, 

brejos interioranos, manguezaisrestingas e ilhas oceânicas no litoral.

Tal variedade se explica pois, em toda sua extensão, a Mata Atlântica é composta por

uma série de ecossistemas cujos processos ecológicos se interligam, acompanhando as

características climáticas das regiões onde ocorrem e tendo como elemento comum a

exposição aos ventos úmidos que sopram do oceano. Isso abre caminho para o trânsito

de animais, o fluxo gênico das espécies e as áreas de tensão ecológica, onde os

ecossistemas se encontram e se transformam.

Mas a Mata Atlântica encontra-se em um estado de intensa fragmentação e destruição,

iniciada com a exploração do pau-brasil no século XVI. Até hoje, ao longo do bioma são

exploradas inúmeras espécies florestais madeireiras e não madeireiras como o caju,

o palmito-juçara, a erva-mate, as plantas medicinais e ornamentais, a piaçava, os cipós,

entre outras. Se por um lado essa atividade gera emprego e divisas para a economia,

grande parte da exploração da floraatlântica acontece de forma predatória e ilegal,

estando muitas vezes associada ao tráfico internacional de espécies.

Contribuem ainda para o alto grau de destruição da Mata Atlântica, hoje reduzida

a 8% de sua configuração original, a expansão da indústria, da agricultura, do turismo

e da urbanização de modo não sustentável, causando a supressão da biodiversidade

em vastas áreas, com a possível perda de espécies conhecidas e ainda não conhecidas

pela ciência, influindo na quantidade e qualidade da água de rios e mananciais,

diminuindo a fertilidade do solo, bem como afetando características do microclima

nesses delicados ecossistemas e contribuindo com o problema doaquecimento global.

Os números impressionantes da destruição do bioma demonstram a deficiência das

políticas de conservação ambiental no país e a precariedade do sistema de fiscalização dos órgãos públicos.

A busca de um contexto de desmatamento zero no bioma passa pela adoção

de critérios de sustentabilidade em todas as atividades humanas. Isso significa um

esforço coletivo da indústria, do comércio, da agricultura e do setor energético

na adoção de novos modelos de produção, menos agressivos ao meio ambiente,

bem como do poder público, no sentido de garantir a fiscalização ambiental e a

elaboração e cumprimento das leis, e finalmente a conscientização dos cidadãos

em geral acerca da necessidade de se fazer o reflorestamento utilizando mudas

principalmente de espécies endêmicas e nativas que ainda não foram extintas,

exigindo padrões de sustentabilidadeenquanto consumidores, cobrando os

governantes e se mobilizando pela manutenção da floresta de pé e pela

recuperação das áreas degradadas. Além disso, a Mata Atlântica oferece outras

possibilidades de atividades econômicas, que não implicam na destruição do

meio ambiente e em alguns casos podem gerar renda para as comunidades

locais e tradicionais. Alguns exemplos são o uso de plantas para se produzir

remédios, matérias-primas para a produção de vestimentas, corantes, essências

de perfumes; insumos para a indústria alimentícia ou ainda a exploração de

árvores por meio do corte seletivo para a produção de móveis certificados, o

chamado manejo sustentável, oecoturismo e mais recentemente o mercado de carbono.


Fauna


Mico-leão-dourado
onça-pintadabicho-preguiçacapivara. Estes são

alguns dos mais conhecidos animais que vivem na Mata Atlântica.

Mas a fauna do bioma onde estão as principais cidades brasileiras

é bem mais abrangente do que nossa memória pode conceber.

São, por exemplo, 261 espécies conhecidas de mamíferos.

Isto significa que, se acrescentássemos à nossa lista inicial o

 tamanduá-bandeira, o tatu-peludo , a jaguatirica, e o 

cachorro-do-mato, ainda faltariam 252 mamíferos para

completar o total de espécies dessa classe na Mata Atlântica.

O mesmo acontece com os pássarosrépteisanfíbios e peixes. A garça, o tiê-sangue, o tucano,

as araras, os beija-flores e periquitos. A jararaca, o jacaré-do-papo-amarelo, a cobra-coral,

sapo-cururu, a perereca-verde e a rã-de-vidro. Ou peixes conhecidos como o dourado,

pacu e a traíra. Esses nomes já são um bom começo, mas ainda estão longe de representar

as 1020 espécies de pássaros, 197 de répteis, 340 de anfíbios e 350 de peixes que são

conhecidos até hoje no bioma. Sem falar de insetos e demais invertebrados e das espécies

que ainda nem foram descobertas pela ciência e que podem estar escondidas bem naquele

trecho intacto de floresta que você admira quando vai para o litoral.

Outro número impressionante da fauna da Mata Atlântica se refere ao endemismo, ou seja,

as espécies que só existem em ambientes específicos dentro desse bioma. Das 1711 espécies devertebrados

 que vivem ali, 700 são endêmicas, sendo 55 espécies de mamíferos, 188 de aves, 60 de répteis, 90 de

anfíbios e 133 de peixes. Os números impressionantes são um dos indicadores desse bioma como o de

maior biodiversidade na face da Terra.

A grande riqueza da biodiversidade na Mata Atlântica também é responsável por surpresas, como as

descobertas de novas espécies de animais. Recentemente, foram catalogadas a rã-de-alcatráses e a rã-cachoeira,

os pássaros tapaculo-ferrerinho e bicudinho-do-brejo, os peixesListrura boticario e o Moenkhausia bonita, e até um

novo primata, o mico-leão-de-cara-preta, entre outros habitantes.

Num bioma reduzido a cerca de 8% de sua cobertura original é inevitável que a diversidade faunística esteja

pressionada pelas atividades humanas. A Mata Atlântica abriga hoje 383 dos 633 animais ameaçados de 

extinção no Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Causas para o desaparecimento de espécies e indivíduos são a caça e a pesca predatórias, a introdução de

seres exóticos aos ecossistemas da Mata Atlântica, mas principalmente a deterioração ou supressão dos habitats

dos animais, causados pela expansão da agricultura e pecuária, bem como pela urbanização e implementação

mal planejada de obras de infra-estrutura.

No caso dos anfíbios, por exemplo, seus locais de procriação, como brejos e áreas alagadas, são muitas vezes

considerados um empecilho e são eliminadas do meio ambiente através de práticas de drenagem ou então esses

locais são até utilizadas para despejo de esgoto. Os anfíbios são animais de extrema importância para o equilíbrio

das populações das espécies que se relacionam nas teias alimentares, pois controlam a população de insetos e

outros invertebrados e servem de comida para répteis, aves e mamíferos.

A proteção da fauna e da flora está diretamente relacionada à proteção do meio ambiente onde essas espécies convivem,

se relacionam e sobrevivem. Em paralelo, outras medidas importantes são a fiscalização da caça, da posse de animais em

cativeiro, do comércio ilegal de espécies silvestres; fiscalização efetiva da atividade pesqueira; e realização de programas

de educação ambiental junto à população visando a conscientização da população humana, acerca da necessidade de

preservar o meio ambiente estabelecendo limites para a ocupação do solo e incrementando a formação de novas áreas de preservação ambiental em todos os municípios situados dentro desse delicado bioma da Mata Atlântica.

No que se refere à legislação, a proteção da fauna está prevista em nível federal na Constituição pela Lei 5.197/67 e também

pela Lei de Crimes Ambientais (9.605/98). Iniciativas de caráter global com desdobramentos de ação regional e local, como

Agenda 21, também são um instrumento de apoio para a proteção da fauna. Mas todos esses elementos dependem da

vontade política dos governantes, da conscientização, mobilização e participação dos cidadãos e divulgação do conceito de 

sustentabilidade nas atividades econômicas.

Espécies endêmicas ameaçadas de extinção

É possível que muitas espécies tenham sido extintas sem mesmo terem sido catalogadas. Estima-se que 269 espécies de

animais, sendo 88 de aves endêmicas da Mata Atlântica, estão ameaçadas de extinção. Segundo o relatório mais recente

do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama, entre essas espécies estão

muriquimico-leão-dourado.

Água

Queda-d'água em Curitiba.

As regiões da Mata Atlântica têm alto índice pluviométrico devido

às chuvas de encosta causadas pelas montanhas que barram a

passagem das nuvens.

É comum pensarmos na complexidade de um bioma por

aspectos de sua fauna e flora, mas um elemento fundamental

para a existência da biodiversidade é a água. E se a água é

essencial para dar vida a um bioma como a Mata Atlântica,

suas florestas têm um papel vital para a manutenção dos processos

hidrológicos que garantem a qualidade e volume dos cursos d'água.

Além disso, as atividades humanas desenvolvidas dentro do bioma

também dependem da água para a manutenção da agricultura,

da pesca, da indústria, do comércio, do turismo, da geração de

energia, das atividades recreativas e de saneamento.

Atualmente, um conceito-chave para se estudar a relação entre

a água, a biodiversidade e as atividades humanas é o da 

bacia hidrográfica, ou seja, o conjunto de terras drenadas por um rio

principal, seus afluentes e subafluentes. Na Mata Atlântica estão

localizadas sete das nove grandes bacias hidrográficas do Brasil,

alimentadas pelos rios São FranciscoParaíba do Sul,Doce

Ribeira de Iguape e Paraná. As florestas asseguram a quantidade

e qualidade da água potável que abastece mais de

110 milhões de brasileiros em aproximadamente 3,4 mil

municípios inseridos no bioma.

Mas o fato de 61% da população brasileira estar concentrada em regiões de domínio da Mata Atlântica resulta

em grande pressão sobre a biodiversidade e os recursos hídricos do bioma, que já enfrenta em diversas regiões

problemas de crise hídrica, associados à escassez, ao desperdício, à má utilização

da água, ao desmatamento e à poluição.

Em relação à escassez, as causas envolvem o aumento do consumo

que acompanha o crescimento populacional, o desmatamento e a poluição, associados ao desenvolvimento

desordenado das cidades e a impactos das atividades econômicas, além do desperdício e da falta de políticas

públicas que estimulem o uso sustentável, a participação da sociedade na gestão dos recursos hídricos e a educação ambiental.

 


Pix.gif Mata Atlântica *
Flag of UNESCO.svg
Patrimônio Mundial da UNESCO

Mata Atlântica virgem na Zona da Mata, noPernambuco.
País  Brasil
Tipo Natural
Critérios ix, x
Referência 892
Região** América Latina e Caribe
Histórico de inscrição
Inscrição 1999  (23ª sessão)
Nome como inscrito na lista do Património Mundial.
** Região, segundo a classificação pela UNESCO.
.Zona da Mata 1.jpg

Quanto ao desperdício, estima-se que no Brasil o índice de perda chegue a 70%, sendo que 78%

de toda a água consumida é utilizada no ambiente doméstico. Associado ao desperdício também

está o mau uso dos recursos hídricos, como no caso de técnicas ultrapassadas para irrigação na

agricultura e para o uso na indústria e a opção ainda tímida pelo reuso da água

Finalmente, destaca-se o desmatamento como fator agravante da crise hídrica, já que a supressão

da vegetação, principalmente em áreas de mata ciliar, acarreta no assoreamentodos cursos d'água

e até desaparecimento de mananciais. Como se não bastasse, a poluição por esgoto, lixo

agrotóxicos afeta a vida dos rios, podendo levá-los à morte e tornando a água imprópria para uso.

Em busca de maneiras de se gerir mais eficientemente a água e promover a preservação ambiental,

o conceito das bacias hidrográficas vem sendo trazido, desde a década de 1970, para a esfera

governamental e também para estratégias de conscientização, mobilização e participação pública.

A ideia central dessa abordagem é que todo desenvolvimento de regiões urbanizadas e rurais é

definido de acordo com a disponibilidade de água doce, em termos de quantidade e qualidade.

Também faz parte desse pensamento o entendimento dos recursos hídricos de modo interligado e

interdependente, ou seja, uma ação realizada em determinada região de uma bacia pode afetar

outra região, como é o caso de lançamento de esgoto em rios, a contaminação por agrotóxicos,

obras de infra-estrutura etc.

O processo político decorrente dessa visão sobre a água resultou entre outros desdobramentos na

criação da Lei 9.433/97, que estabelece a bacia hidrográfica como unidade territorial para

implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema de Gerenciamento

de Recursos Hídricos. Faz parte do sistema, uma rede de colegiados deliberativos em nível federal

e estadual, que são os chamados Comitês de Bacias Hidrográficas.

Os comitês representam a base da gestão participativa e integrada dos recursos hídricos e são

compostos por integrantes do Poder Público, da sociedade civil e de usuários de água. Além disso,

os comitês permitem o levantamento mais preciso e a compilação de informações sobre cada bacia,

facilitando o planejamento sobre captação, abastecimento, distribuição, despejo e tratamento da água,

otimizando obras de infra-estrutura e o uso do dinheiro público. Desse modo, tornam-se um instrumento

para a elaboração de políticas públicas integradas para gestão dos recursos hídricos.


Recordes mundiais da Mata Atlântica


A preservação

No estado de São Paulo foi mostrado nesta última década, que a área com vegetação natural aumentou 3,8% em

elação à existente há dez anos. O crescimento, ainda tímido, concentrou-se na ecorregião da Serra do Mar.

Atualmente existem menos de 10% da mata nativa.Dos 232.939 fragmentos

florestais acima de 3 hectares existentes na Mata Atlântica, apenas 18.397 são

maiores que cem hectares ou 1 km².[2] Existem diversos projetos de recuperação da

Mata Atlântica, que esbarram sempre na urbanização e o não planejamento do espaço, principalmente na região Sudeste.

Existem algumas áreas de preservação em alguns trechos em cidades como São Sebastião(litoral norte de São Paulo).

A nível nacional, graças aos inúmeros parques e bosques dentro de seu perímetro urbano, Curitiba é a cidade brasileira onde

a mata atlântica está melhor preservada[4].

Constituição Federal de 1988 coloca a Mata Atlântica como patrimônio nacional,

junto com a Floresta Amazônica brasileira, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense

e a Zona Costeira. A derrubada da mata secundária é regulamentada por leis posteriores,

já a derrubada da mata primária é proibida.

A Política da Mata Atlântica (Diretrizes para a política de conservação e desenvolvimento

sustentável da Mata Atlântica), de 1998, contempla a preservação da biodiversidade, o

desenvolvimento sustentável dos recursos naturais e a recuperação das áreas degradadas.

Há milhares de ONGs, órgãos governamentais e grupos de cidadãos espalhados pelo país

que se empenham na preservação e revegetação da Mata Atlântica. A Rede de ONGs Mata

Atlântica tem um projeto de monitoramento participativo, e desenvolveu com o

 Instituto Socio-Ambiental um dossiê da Mata, por municípios do domínio original.

 

Foto tirada um dia antes da terraplanagem de uma grande área de Mata

Atlântica no litoral sul do Estado de São Paulo divisa com Paraná em 1998,

para construção de um grande condomínio de luxo.

Ecorregiões da Mata Atlântica 

Visto a enorme diversidade de ambientes da Mata Atlântica e de muitas

vezes serem necessárias ações mais regionalizadas, o WWFdividiu o 

bioma em 15 ecorregiões

Parque das Dunas em Natal.

Unidades de conservação


No domínio da Mata Atlântica existem 131 unidades de conservação federais, 443 estaduais, 14 municipais e 124 privadas, distribuídas por dezesseis estados, com exceção de Goiás. Entre elas destacam-se, de norte a sul:

Da população brasileira, 61% vive na área de domínio da Mata Atlântica[2], que mantém as nascentes e mananciais

que abastecem as cidades e comunidades do interior, regula o clima (temperatura, umidade, chuvas) e abriga

comunidades tradicionais, incluindo povos indígenas.

Entre os povos indígenas que vivem no domínio da Mata Atlântica estão os WassuPataxóTupiniquim, Gerén, 

GuaraniKrenak, Kaiowa, Nandeva, TerenaKadiweuPotiguaraKaingang,guarani M'Bya e tangang.

Entre os usos econômicos da mata estão as plantas medicinais (a maioria não estudadas), como espinheira-santa, caixeta, e o turismo.

 

 

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